Greve na EBC completa 19 dias sem sinalização de acordo. TST tenta conciliação

Imprimir

Empresa suspendeu o acordo coletivo. MPT também deve promover reunião

A greve dos trabalhadores na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) completa 19 dias nesta terça-feira (14), sem perspectiva de acordo. A paralisação é pela manutenção do acordo coletivo, que acaba de ser suspenso, e reajuste salarial, que não ocorre há dois anos. Jornalistas e radialistas reclamam de intransigência da EBC na negociação.

Na semana passada, a empresa entrou com pedido de dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST), pedindo decretação de abusividade da greve. O relator, ministro Emmanoel Pereira (futuro presidente do TST, eleito recentemente), concedeu liminar à empresa. Ele determinou manutenção de 60% do efetivo e liberação da circulação de pessoas, especialmente não grevistas. E ainda que os funcionários "se abstenham de causar dano ao patrimônio".

"Nas negociações com as entidades sindicais, que se arrastam há mais de um ano, a empresa quer impor um banco de horas e se recusa a reajustar os salários pela inflação", afirma a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). "A empresa também não concedeu a progressão de carreira aos trabalhadores, com a justificativa de que não pode aumentar os gastos, enquanto comprou novela bíblica da Record, contratou novos apresentadores e outros funcionários comissionados." Segundo a entidade, já é a maior greve da história da EBC.

Tentativa de conciliaçãoCom 1.635 funcionários em agosto (último dado disponível), a EBC reúne a TV Brasil, a Agência Brasil, Rádio MEC e Radioagência Nacional. Com sede em Brasília e trabalhadores em São Paulo e no Rio de Janeiro, tem 33 afiliadas de TV e 11 de rádio.

No mesmo despacho, de segunda (13), o ministro do TST dá cinco dias úteis de prazo para que as partes informem se querem audiência de conciliação. O Ministério Público do Trabalho (MPT) deve promover uma reunião ainda nesta semana.

Fonte: Rede Brasil Atual