Os economistas do Brasil elevaram suas projeções de crescimento e inflação para este ano, enquanto o Banco Central mantém sua taxa básica de juros no nível mais alto em mais de dois anos.
Os analistas aumentaram sua previsão para o produto interno bruto de 2014 pela primeira vez em 20 semanas, para 0,28 por cento, segundo a consulta realizada pelo BC no dia 10 de outubro com cerca de 100 analistas publicada hoje. O resultado contrasta com a projeção da semana anterior, de crescimento de 0,24 por cento. Eles também incrementaram a estimativa para a inflação deste ano de 6,32 para 6,45 por cento.
A presidente Dilma Rousseff está enfrentando preços acima da meta e um crescimento lento em meio à preparação para o segundo turno da eleição, dentro de duas semanas. A economia entrou em recessão no primeiro semestre do ano e os investimentos tiveram uma contração. Ao mesmo tempo, a inflação anual atingiu o nível mais alto desde outubro de 2011.
A economia do Brasil teve uma contração de 0,6 por cento no segundo trimestre, após cair um total revisado de 0,2 por cento nos três primeiros meses do ano, disse o IBGE no dia 29 de agosto. Em 29 de setembro o BC reduziu sua estimativa de crescimento do PIB para 0,7 por cento, contra 1,6 por cento da previsão de junho.
O Fundo Monetário Internacional disse no dia 7 de outubro que a previsão de expansão da maior economia da América Latina é de 0,3 por cento neste ano, menos que a estimativa de julho, de 1,3 por cento. O FMI vê o Brasil crescendo 1,4 por cento no ano que vem, contra uma estimativa de julho de 2 por cento. Os economistas que participaram da consulta do BC veem a economia do Brasil expandindo-se 1 por cento em 2015.
Meta de inflação
Em setembro, a inflação mensal acelerou para 0,57 por cento, contra 0,25 por cento um mês antes. A inflação anual atingiu 6,75 por cento. O BC tem uma meta anual de inflação de 4,5 por cento, com dois pontos porcentuais para mais ou para menos.
No dia 3 de setembro o BC manteve a taxa de juros de referência inalterada em 11 por cento pelo terceiro encontro seguido após ter elevado os custos dos empréstimos em 375 pontos-base no ano até abril. A inflação começará a convergir para a meta em 2016 se as condições monetárias forem mantidas, disseram os estrategistas do banco nas minutas de sua reunião de 2 e 3 de setembro.
Os economistas consultados pelo BC veem a taxa Selic em 11 por cento no fim deste ano e em 11,88 por cento no fim do ano de 2015, ambas inalteradas em relação à semana anterior.