As Centrais Sindicais reforçam a mobilização contra a reforma da Previdência de Temer, que pode ser votada ainda neste mês na Câmara dos Deputados. Reunidas em São Paulo nesta quarta (31), elas aprovaram a Jornada Nacional de Luta ante a ameaça de votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 287). As entidades descartaram greve geral e optaram por um amplo leque de ações.

CUT, Força Sindical, CSB, CTB, Nova Central, UGT e Intersindical emitiram Nota que combate a reforma de corte neoliberal, critica a propaganda maciça do governo Temer na imprensa e orienta suas bases a resistir, bem como a tratar com os parlamentares em seus redutos eleitorais e ou em seus gabinetes. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quer votar a reforma entre os dias 19 e 21.

Com a palavra de ordem “Se botar pra votar, o Brasil vai parar”, as Centrais recomendam que Sindicatos, Federações e Confederações intensifiquem a ação em todo o País, por meio de assembleias, plenárias, panfletagens, blitz nos aeroportos e pressão sobre os parlamentares. Os sindicalistas chamam de propaganda enganosa a forte campanha do governo na mídia, com engajamento do próprio Michel Temer.

Dirigentes das Centrais definem ações contra a reforma da Previdência

A Agência Sindical ouviu Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Ele considera a reunião positiva e informa: “Traçamos estratégias de mobilização até o dia 19. As ações começam nesta quinta e seguem até o dia da votação, se houver”. Para o sindicalista, “o governo aprofunda sua agenda neoliberal, cujo objetivo maior é liquidar a fatura com o desmonte da Previdência”. E completa: “Temos que impedir essa agressão”.

UGT

Para Chiquinho Pereira, presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo e dirigente nacional da UGT, as ações contra a reforma “precisam ser contínuas nas bases trabalhadoras, mas isso não basta”. Ele apoia a decisão de conversar com os deputados. “Primeiro, o diálogo. Caso eles se recusem, vamos partir pra pressão, em Brasília e em seus redutos”, enfatiza. Segundo o ugetista, no encontro com Maia, as Centrais devem bater duramente o no projeto, “mas deixando aberta a porta do entendimento”.

As entidades também querem levar seu recado para a população, de várias formas. Para Chiquinho Pereira, “todos os que têm carro de som devem irradiar a mensagem para os locais de trabalho, os bairros e demais pontos de concentração popular”.

Encaminhamentos

Hoje, 1º de fevereiro, em Brasília, haverá ato público nacional contra a reforma da Previdência e pela independência da magistratura e do Ministério Público. Sexta (2), quando os parlamentares retomam as atividades, os dirigentes devem se reunir com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Fonte: Agência Sindical