Salário mínimo necessário para suprir demandas básicas deveria ser de R$ 3 mil

Fonte: Correio do Estado

Ainda em vigência, o decreto de Lei número 399 de 1938 estabelece que o salário mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas com alimentação, educação, saúde, higiene, transporte, moradia, vestuário, lazer e previdência. No mês passado, o governo federal propôs que o valor mínimo que um trabalhador brasileiro recebesse fosse de R$ 779, para 2015. Porém, uma pesquisa elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que, para esse decreto ser uma realidade, seria necessário um salário mínimo de R$ 3.019,07.

A análise é feita a partir do preço da cesta básica. Em abril, segundo a pesquisa, a relação dos treze itens básicos da alimentação do campo-grandense ficou por R$ 330,61, por pessoa. Levando em conta uma unidade básica familiar, composta por dois adultos e duas crianças, o Dieese concluiu que a cesta básica familiar custou R$ 991,83, valor 1,37 maior do que o salário mínimo.

Dos itens pesquisados, apenas quatro ficaram mais baratos em abril se comparados com o valor registrado em março. A carne bovina (-1,3%), farinha de trigo (-0,48%), manteiga (-0,34%) e o tomate (-21,07%) – que colaborou para que o valor total não fosse ainda maior.

A maior alta verificada foi na banana nanica (18,83%), batata (15,25%), feijão (6,68%), óleo de soja (5,33%), leite (4,43%), pão francês (2,78%), arroz (1,84%), café (1,41%) e açúcar (0,58%).

Há um ano, em maio de 2013, o valor da cesta básica era de R$ 271,65 por pessoa e R$ 814,95 a familiar, uma variação de 11,7% e o salário mínimo necessário era de R$ 2.892,47.